Esquema criminoso envolvia quatro homens – sendo que um deles era agente penitenciário da unidade – e quatro mulheres. CDP de Caraguatatuba.
Divulgação/SAP
Oito pessoas foram condenadas por integrar uma organização criminosa envolvida no traficava drogas no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Caraguatatuba, no Litoral Norte de São Paulo.
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O grupo criminoso é formado por quatro homens e quatro mulheres. Um dos condenados é o agente penitenciário Marcelo Pimenta Fernandes, que trabalhava no presídio.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, Marcelo Fernandes recebia propina para entrar no CDP de Caraguatatuba com drogas e celulares, que eram entregues por quatro mulheres a mando de três detentos.
A condenação é de segunda-feira (19). Os oitos criminosos foram condenados pelo crime de promover, constituir, financiar ou integrar organização criminosa, mas com penas diferentes. Confira:
Marcelo Pimenta Fernandes (agente penitenciário que entrava com as drogas no presídio): 11 anos e oito meses de prisão em regime inicial fechado;
Jean Pierre Gazarian, Samuel Camilo de Souza e Petterson Adms de Abreu (detentos que lideravam a quadrilha de dentro de unidades prisionais): 10 anos e oito meses de prisão em regime inicial fechado;
Tatiana Janine Lombardi, Sheila da Silva Juvêncio, Gabriela Teles de Jesus e Vanessa Marques Brito (mulheres que entregavam as drogas ao agente penitenciário ao mando dos detentos): oito anos e 10 meses de prisão.
O g1 tenta contato com a defesa de todos os condenados. A reportagem conseguiu falar com a família de Marcelo Pimenta, que afirmou que não vai se manifestar.
Esquema criminoso
A denúncia do MP foi entregue à Justiça em março de 2023. Segundo o MP, os três detentos – Jean Pierre Gazarian, Samuel Camilo de Souza e Petterson Adms de Abreu – lideravam a quadrilha de dentro de unidades prisionais por meio de suas esposas.
Três mulheres são presas em operação do MP contra tráfico de drogas no CDP de Caraguatatuba
TV Vanguarda/Reprodução
As quatro mulheres, conhecidas como ‘guias’, levavam informações, celulares e drogas ao agente penitenciário Marcelo Pimenta Fernandes, que recebia propina delas para entrar com os entorpecentes e aparelhos no CDP de Caraguatatuba.
Tatiana Janine (esposa de Jean Pierre e amante de Marcelo Fernandes), Sheila da Silva Juvêncio (esposa de Samuel), Vanessa Marques de Brito, mulher de Petterson, e Gabriela Teles de Jesus atuavam como as ‘guias’.
“Restou cabalmente demonstrado que os denunciados são membros de organização criminosa Primeiro Comando da Capital e estão associados para a prática do crime de tráfico de drogas (..) dentro do Centro de Detenção Provisória de Caraguatatuba”, diz um trecho da denúncia do MP.
Três mulheres são presas em operação do MP contra tráfico de drogas no CDP de Caraguatatuba
TV Vanguarda/Reprodução
A maior pena foi dada ao agente penitenciário Marcelo Pimenta Fernandes. Ele já está preso e tem uma outra condenação, também de 11 anos, em 2022, por tráfico de drogas, no mesmo caso.
“A informação dá conta de que servidores públicos, Agentes Penitenciários, que são em verdade integrantes da organização criminosa que comanda o tráfico de drogas (…) estariam recebendo pagamentos efetuados pela facção criminosa para ingressarem com drogas e aparelhos telefônicos no Centro de Detenção Provisória de Caraguatatuba”, completa o MP.
A denúncia do Ministério Público foi feita pelos promotores Renato Queiroz de Lima, Leandro Rocha Pereira e Alexandre Petry Helena.
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Operação em 2023
O Ministério Público realizou no dia 5 de abril do ano passado uma operação contra o tráfico de drogas no CDP de Caraguatatuba. Os alvos eram justamente as oito pessoas que forram condenadas na última segunda-feira (19).
Na ocasião, três mulheres – Sheila da Silva Juvêncio, Vanessa Marques de Brito e Gabriela Teles de Jesus – foram detidas na ação. Os quatro homens já estavam presos e a outra mulher, Tatiana Janine Lombardi, seguia foragida.
MP e PM fazem operação contra o tráfico em Caraguatatuba
João Mota/TV Vanguarda
A operação teve como objetivo desmantelar a associação criminosa que levou e traficou drogas dentro da prisão. O MP afirma que o grupo integra uma facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios em São Paulo.
Principal investigado, Marcelo Pimenta Fernandes, que atuava como agente penitenciário no CDP, está preso desde 2021. Ele e a amante Tatiana Janine Lombardi foram presos em flagrante por tráfico de drogas na primeira fase da operação, em dezembro de 2021.
Os dois já tem uma condenação de outubro de 2022 pelo caso.
Duas pessoas presas em operação conjunta em Caraguá
Fonte: G1