Fiéis da Igreja Católica celebram o Corpo de Cristo em todo o país nesta quinta-feira (30). Data foi comemorada pela primeira vez em 1247. Tradicionais tapetes de Corpus Christi enfeitam 3 km de ruas em Caçapava.
Carlos Santos/g1
Na Igreja Católica, o feriado de Corpus Christi, comemorado nesta quinta-feira (30), celebra o sacramento do Corpo e Sangue de Cristo, representados pelo pão e vinho de forma simbólica, para recordar a última ceia de Jesus com os apóstolos.
Uma tradição da data são as procissões pelas ruas, com as vias decoradas com tapetes de areia e serragem, algo que é um costume para católicos de outros países e faz parte da cultura religiosa entre os devotos no Brasil desde a colonização.
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A data celebra, como o nome diz, o corpo de Cristo e começou a ser comemorada ainda no século XIII. Um dos principais motivos da data, segundo explicou o padre Kléber Silva, era dar uma resposta de fé e de culto a controvérsias e heresias (ideias rejeitadas pela Igreja) acerca do mistério da presença real de Cristo na Eucaristia.
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“Depois, um outro momento importante que constituiu a origem desta celebração foram as revelações que uma monja agostiniana de Liége, na Bélgica, Juliana de Cornillon, teve. A partir disso foram diversas as manifestações”, explicou o religioso.
Caçapava com tradicionais tapetes coloridos no feriado de Corpus Christi
Divulgação/Prefeitura Municipal de Caçapava
Corpus Christi foi celebrado pela primeira vez em 1247, na Diocese de Liége. Em seguida, segundo o padre, o Papa Urbano IV instituiu a celebração numa bula publicada no dia 8 de setembro de 1264.
“O título ‘Solenidade de Corpus Christi’ significa então a festa do Corpo de Cristo. Para nós católicos, a presença real de Cristo, nas hóstias que são consagradas durante a Santa Missa, expressam esta presença de Jesus ressuscitado, pão da vida, alimento, comida, bebida, por isso a presença do seu corpo e sangue, alma e divindade”, disse.
Fiéis confeccionam tapete em celebração a Corpus Christi
Otávio Frabetti
Procissão e tapetes
A tradição dos tapetes coloridos tiveram origem em Portugal e foram trazidos para o Brasil durante a colonização. Para a Igreja Católica, os tapetes simbolizam a acolhida de Jesus em Jerusalém, quando as pessoas cobriram as ruas de ramos e mantos para a passagem do Messias.
Diversas cidades do país e do mundo, incluindo as do Vale do Paraíba, no interior de São Paulo, têm o hábito de preparar tapetes para a procissão de Corpus Christi. Segundo o padre, a tradição serve para expressar o amor e o carinho da Igreja à presença de Jesus vivo na Eucaristia.
“É por isso a tradição que remonta a história da Igreja de se organizar em tapetes para que a pessoa de Jesus, expressa na hóstia consagrada, passe da melhor forma possível através desses tapetes”, disse.
Tapete de Corpus Christi em Castelo, no Sul do ES.
Sara Oliveira
“Esses tapetes organizados são, na verdade, de expressões de fé, de carinho e de devoção do povo de Deus. Então, em muitas cidades do Vale Paraíba, de modo particular Caçapava, que são três quilômetros de ornamentação, onde as pessoas passam a noite toda, expressam também esse carinho e essa unidade de um trabalho que se organiza”.
Em Caçapava, a tradição dos tapetes acontece há pelo menos seis décadas. Neste ano, cerca de 80 toneladas de areia serão utilizadas para a produção dos tapetes coloridos, com a participação de aproximadamente 1,5 mil voluntários.
Sem procissão, fiéis mantêm tradição de tapete de Corpus Christi em Caçapava
Daniela Lopes/TV Vanguarda
Desenho de Nossa Senhora e do Menino Jesus no tapete de Corpus Christi em Caçapava
Eduardo Marcondes / Rede Vanguarda
Fonte: G1